A entrada do skate no hall das modalidades olímpicas que integrarão os Jogos de Tóquio 2020 — a ser realizado, por causa da pandemia, em julho de 2021 — aumentou ainda mais a popularidade do skate no país nipônico.
Foi um fenômeno quase instantâneo: depois do anúncio do skate nas Olimpíadas, nomes como Yuto Horigome e Aori Nishimura se tornaram não só atletas respeitados, mas também esperanças de medalha olímpica no país. Eles estampam diversas propagandas e inspiram jovens de todas as regiões. Várias pistas de skate foram construídas pelo Japão, com foco em cidades pequenas e bairros periféricos. É comum mães e pais inscreverem seus filhos em aulas de skate e até contratarem técnicos para os ajudarem a competir.
Uma das pistas novas mais movimentadas da capital japonesa é a Komazawa Olympic Park, que fica a cinco minutos da estação de metrô da Komazawa University, uma região estudantil. Lá a prefeitura instalou cinco mini-rampas de madeira e alguns obstáculos como tábuas, corrimãos e cones. Desta forma, os skatistas podem praticar os dois tipos de categorias presentes na competição olímpica: street, quando se busca manobras por corrimãos, escadas e outros objetos da cidade, e park, que diz respeito aos saltos e manobras aéreas, geralmente nos chamados bowls, espécies de piscinas vazias, e nas rampas em formato de U, também conhecidas como half-pipes.
Os praticantes mais antigos de Tóquio preferem, porém, o tradicional Tamachi Park, uma pista que existe há mais de 20 anos. Todos os skatistas profissionais do país, célebres ou não, passaram em algum momento por lá, mas também se arriscam em outras pistas menos badaladas. Há cenas efervescentes pelas cidades de Urayasu, Kawaguchi e Yokohama, todas bem servidas com lugares para manobras e locais de encontro.
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Já nos lugares em que não há pistas, a vida para o skatista não é das mais fáceis. Um fator que dificulta a prática é que muitas cidades japonesas costumam ser movimentadas durante o horário comercial, fator que, para muitos, é um convite a acidentes. Por isso, muitos skatistas só saem com seus skates para andar em ruas isoladas pela madrugada, e sempre em grupo, para apoiarem uns aos outros. A coletividade parece ser o grande trunfo dos skatistas do Japão - e do mundo inteiro.