Quando o assunto é viver uma experiência incrível e única no Japão, viajar de shinkansen costuma se destacar em qualquer lista de desejos
É inegável que os japoneses dominaram a arte dos transportes, encontrando no shinkansen o equilíbrio perfeito entre pontualidade, segurança e eficiência. Hoje, considerado um símbolo nacional, os trens de alta velocidade foram uma das novidades apresentadas ao mundo nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, em 1964.
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Ligando Tóquio a Osaka, passando por Nagoya e Kyoto, Tokaido foi a primeira rota a ser inaugurada. A linha é a mais movimentada do Japão e já transportou mais de 6.6 bilhões de passageiros desde sua inauguração em 1964. Segundo o relatório anual da Central Japan Railway Company, responsável pela operação do trecho, são 378 partidas por dia, com 458 mil passageiros transportados diariamente.
Hoje, a viagem entre Tóquio e a estação de Shin-Osaka dura 2 horas e 21 minutos, mas no ano de inauguração o tempo estimado era de 4 horas e, posteriormente, caiu para 3 horas e 10 minutos. Antes do shinkansen, a duração média para esse percurso era de 6 horas e 30 minutos. Nesta rota, os trens chegam à velocidade máxima de 285 km/h, e em quase 60 anos de operação, nunca registraram um acidente com passageiros a bordo. A taxa de atrasos também impressiona: 0.2 minutos, incluindo aqueles causados por desastres naturais.
Além de Tokaido Shinkansen, outras seis rotas integram as ilhas de Honshu, Kyushu e Hokkaido, entre elas Sanyo Shinkansen, Tohoku Shinkansen (que é integrada com Yamagata e Akita Shinkansen), Hokkaido Shinkansen, Joetsu Shinkansen, Hokuriku Shinkansen e Kyushu Shinkansen, operadas pela Japan Railways. Alguns trens podem chegar a 320 km/h.
Atenção na hora de comprar o bilhete de viagem e embarcar no trem
Cada uma dessas rotas conta com diferentes categorias de trens, que vão desde os mais rápidos e que param somente nas estações principais, até os mais lentos, que param em todas as estações ao longo do trajeto. Por isso, é preciso ter atenção na hora do embarque e também da compra, já que há circunstâncias em que o Japan Rail Pass não é aceito — caso do Nozomi, que é o trem mais rápido da linha Tokaido.
O processo de compra de passagens também requer atenção do viajante. Para viajar de trem-bala é preciso dois bilhetes, um com a tarifa básica — necessário para todas as viagens de trem — e um com a tarifa expressa, que corresponde às composições de alta velocidade. Há casos em que as duas modalidades estão integradas em uma única passagem, mas vale sempre verificar.
Os trens costumam ter pouco mais de 1.300 assentos, que são divididos em livres, reservados e verdes. No geral, a recomendação é optar por assentos reservados, como forma de garantir um lugar para sentar - especialmente quando se está em grupos, a viagem será em horário de pico ou em alta temporada.
Conforto e serviço de bordo durante a viagem
Um destaque é que, independentemente da escolha, os assentos costumam ser espaçosos e confortáveis, o que torna os trens uma ótima alternativa aos aviões. Muitas estações até lembram aeroportos, enquanto os trens contam com seu próprio serviço de bordo.
Para ter uma experiência completa, entretanto, vale chegar um pouco antes nas estações para visitar as lojas de ekiben, o famoso bentô (marmita) feito especialmente para as viagens de trem. Nas paradas principais é possível encontrar ekibens que usam alimentos regionais, como é o caso da Estação Sapporo, em Hokkaido, que destaca pratos feitos com frutos do mar frescos. Durante as viagens também é possível encontrar marmitas no serviço de bordo, mas a variedade é um pouco mais limitada.