120 anos depois da primeira vez que mulheres puderam participar dos Jogos Olímpicos, presença feminina bate recorde nas competições
O ano é 1900. Em Paris, a segunda Olimpíada da Era Moderna traz uma grande novidade: pela primeira vez, as mulheres poderão participar em três modalidades. São 22 atletas, correspondendo a 2,2% do total de competidores. Passados 120 anos, os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 alcançam um feito inédito na história do evento: dos 11.091 atletas olímpicos esperados, 48,8% são mulheres, enquanto entre os 4,4 mil esportistas paralímpicos, 40,5% são do gênero feminino.
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 são a edição mais equilibrada de todos os tempos na questão de gêneros, uma vez que todas as 33 modalidades terão provas masculinas e femininas. Em Londres 2012, foi a primeira vez que todos os esportes tiveram homens e mulheres competindo, com as atletas correspondendo a 44.2% do total de participantes. No Rio 2016, elas representaram 45.6% do total.
Compromisso com a igualdade de gêneros
Com o compromisso de fazer dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020 um marco da igualdade de gêneros tanto dentro quanto fora das arenas esportivas, os organizadores esperam colaborar para tornar a sociedade mais inclusiva e igualitária. Uma das novidades que o público verá já nas cerimônias de abertura é que todas as delegações terão um homem e uma mulher à frente, carregando as bandeiras dos países que representam.
Rivalidade feminina somente no esporte
Essa não é a primeira vez, entretanto, que as mulheres farão história em uma Olimpíada realizada no Japão. Tóquio 1964 marcou a estreia do vôlei feminino na competição, quando a seleção japonesa venceu a equipe da então União Soviética. Havia uma expectativa gigantesca sobre as atletas, não só pelo fato de estarem jogando em casa, como também por terem vencido as soviéticas dois anos antes, no Campeonato Mundial de Vôlei Feminino.
A hegemonia japonesa na modalidade se manteve nas edições seguintes, com o bicampeonato em Montreal, 1976, além de duas pratas (Cidade do México, 1968 e Munique, 1972) e dois bronzes (Los Angeles, 1984 e Londres, 2012). Ainda hoje, o Japão é considerado uma potência no vôlei feminino, junto com o Brasil, também bicampeão olímpico, e China, que soma 3 medalhas de ouro.
O vôlei, entretanto, não é o único esporte feminino em que Japão e Brasil devem brigar por medalhas. O futebol é outra modalidade em que ambos os países se destacam. Desde a estreia do esporte nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, as brasileiras conquistaram duas medalhas de prata (Atenas 2004 e Pequim 2008) e as japonesas, campeãs da Copa do Mundo em 2011, levaram a prata olímpica em Londres 2012.
Eleita seis vezes a melhor do mundo pela Fifa, Marta vai para sua quinta Olimpíada. A atacante brasileira, entretanto, não é a única sonhando com o ouro. A jogadora Saki Kumagai, da seleção japonesa, também tem negócios inacabados quando o assunto é futebol olímpico desde o vice-campeonato em Londres 2012. Jogando em casa, ela terá a torcida a seu favor.
Quem também não tem escondido a expectativa de participar de Tóquio 2020 é a tenista Naomi Osaka. Aos 23 anos, ela faz sua estreia em uma Olimpíada em seu país natal, em um ótimo momento de sua carreira. Uma das atletas mais bem pagas do mundo no ano passado, ela tem colecionado títulos importantes, como o recém-conquistado bicampeonato no Aberto de Tênis da Austrália, além de ser duas vezes vencedora do US Open, totalizando quatro Grand Slams.
Em uma edição com participação expressiva de mulheres, não faltarão oportunidades para ver grandes atletas brilhando em sua melhor forma.
Assista à Minissérie Especial Tóquio – a 100 dias dos Jogos:
+ Primeiro episódio: 'O Legado de 1964'
+ Segundo episódio: 'Entre o Antigo e o Moderno'
+ Terceiro episódio: 'Metrópole em Expansão'
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