Monozukuri em japonês, ou “fazer as coisas” em português
Em muitos idiomas, é comum encontrarmos palavras cujos significados são difíceis de traduzir. São termos que concentram, de forma bastante particular, aspectos únicos da cultura de cada país. Um exemplo que ilustra muito bem isso é o monozukuri, expressão que, em tradução literal, corresponde a "fazer coisas". Na prática, essa filosofia japonesa aplicada a processos de manufatura é muito mais profunda e trata do respeito e da saudação a todos os elementos da cadeia produtiva: meio ambiente, matéria-prima, ferramentas, empresas, pessoas e produtos.
Se a sustentabilidade e a excelência se tornaram presença corriqueira no linguajar dos negócios da última década, o conceito de monozukuri mostra que no Japão essas ideias estão presentes há centenas de anos, com registros de uso da palavra já no Período Edo (1603-1868). É forte, também, a influência do xintoísmo em seu significado, que considera que todas as coisas têm almas e não devem ser desperdiçadas nem usadas em vão. Mais do que isso, devem ser reconhecidas e agradecidas pelos serviços prestados.
Suntory Monozukuri Expert
Essa filosofia de trabalho teve sua importância reconhecida oficialmente em 1998 com a criação do Monozukuri Kondankai, um conselho consultivo estabelecido pelo Gabinete do Primeiro-Ministro do Japão. O objetivo era destacar os pontos fortes da indústria local e, assim, acelerar um processo de retomada econômica. Muitas companhias criaram setores dedicados a implementar o monozukuri em toda sua cadeia produtiva. É o caso da Suntory, que conta com a Suntory Monozukuri Expert. A divisão aproveita ao máximo a expertise profissional e tecnológica das 303 empresas do grupo, com o objetivo de fornecer soluções, gerar valor e, principalmente, contribuir para a satisfação dos clientes.
Walter Celli, presidente da Beam Suntory para Brasil, Paraguai e Uruguai, conta que essa busca pela excelência está no DNA da Suntory desde a sua fundação em 1899, por Shinjiro Torii. De uma loja e produtora de vinhos até um grupo com 40 mil funcionários espalhados entre Ásia, Américas, Europa e Oceania que detém algumas das principais marcas de destilados do mundo, todos os setores estão empenhados em entregar o melhor produto ao consumidor.
O início de um sonho… E deu tudo certo!
"Shinjiro Torii disse que iria surpreender a todos com um uísque feito no Japão, algo que era inimaginável na época. E mais: que faria isso sem comprometer a qualidade do produto, ainda que fosse preciso muito tempo para se chegar naquilo que ele acreditava ser o produto ideal", conta Walter Celli. Esse grande sonho foi o começo do que hoje é um portfólio premiado, que inclui uísques japoneses que frequentemente estão nas listas de melhores do mundo.
Yatte Minahare: o espírito pioneiro de aceitar desafios e nunca desistir da busca pela perfeição é um dos valores da Suntory
Combinado à filosofia monozukuri, resulta em produtos como o Roku, o primeiro gin da marca lançado em 2017. "Esse produto é um exemplo prático do nível de atenção aos detalhes que é possível chegar. Roku, ou seis em japonês, conta com uma garrafa hexagonal", diz.
Dos botânicos utilizados na composição do Roku, seis deles são japoneses e fazem uma alusão às estações do ano tão características do país. "Cada faceta da garrafa traz uma textura em alto relevo, representando os herbais usados. Se o Japão tivesse um sabor, seria esse, pois é um produto que em cada ingrediente captura a natureza durante o ano inteiro", observa ele, destacando que é possível sentir cada perfil de paladar na degustação.
Mas será que esses ensinamentos de Yatte Minahare e monozukuri podem beneficiar empresas de todos os tamanhos e setores?
Walter Celli acredita que sim. "Um pequeno restaurante, por exemplo, pode aplicar essas filosofias. No Japão, é impressionante o cuidado que se tem no preparo das refeições, respeitando a sazonalidade dos ingredientes, cada etapa da cadeia produtiva, os processos, até a apresentação final".
*Conteúdo criado para a Beam Suntory, mantenedor prata da JHSP.
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